Se quisermos saber o que é caro e importante para nós é só perguntarmos onde está o nosso coração, que não é formado só da carne, mas de todo o nosso ser.
O que foi que encheu todo o nosso dia e nos alegrou? Se soubermos com qual função ocupamos o nosso tempo saberemos onde está o nosso coração. Se respondermos que o nosso coração está em Deus é sinal de que também o nosso corpo está no Senhor. Ter um coração em Deus é também ir para a eternidade.
O nosso coração nos mostra o que é caro e precioso para nós. E essa Palavra fala do dinheiro, do que é contável, como as cédulas, que não são as únicas formas de dinheiro. E chama a nossa atenção se realmente queremos colocar o nosso coração naquilo que é passageiro e não dura eternamente.
A Palavra de Deus não é contra que tenhamos coisas materiais, mas ela quer nos levar a algo melhor e nos pergunta se sabemos o quanto a nossa vida é valiosa para nos perdermos por esses outros tesouros.
Assim como numa pesquisa foi relatado que a qualidade de vida das pessoas na velhice está ligada ao relacionamento que tiveram na juventude, a vida não está ligada aos bens materiais que a pessoa tem, mas sim ao dar valor às amizades que ela possui.
Se zelamos pela amizade, ela se torna incorruptível, não se perde, não estraga, isso se ela [amizade] for verdadeira. Amizade é uma coisa viva, por isso precisa ser cultivada, assim como para uma planta para dar flores precisa ser adubada.
Existem amizades que cuidamos e cultivamos todos os dias; assim como há algumas [amizades] que temos de dar um espaço, um tempo, mas alimentá-la sempre, para que ela não passe nem estrague.
Amizade boa é amizade velha. É um investimento que, quando a pessoa está idosa, tem alguém com quem compartilhar tudo. Uma das coisas mais importantes para nós na velhice é o fator espiritual, algo que nos dê sentido, pois passamos a vida inteira ocupados, mas chegará uma hora em que o corpo não responderá como antes. É quando seremos obrigados a parar certas atividades, começarmos a ver que a vida não tinha outro sentido que não o trabalho.
Não podemos resumir a nossa vida ao que fazemos. Além do mais, o que fazemos vai passar, e nesta sociedade, a pessoa que não produz, não tem utilidade. A Palavra de Deus se preocupa com coisas que, muitas vezes, não ligamos, como: se colocamos nosso coração em valores passageiros ou em eternos. Tudo que guardamos neste mundo é passível de corrupção, de se estragar, de se perder.
A Palavra diz para não cobiçarmos as coisas allheias; todo ser humano tem que ter projetos, sonhos, mas estes devem ter limites, pois a Palavra nos limita. A condenação está na ambição desregrada, em querer o que é do outro, assim como o que nasce de um desejo de posse sem moderação. A Palavra quer que nós nos libertemos disso.
Ela também nos manda banir a inveja, pois ela nos leva às piores ações. O termo “o que os olhos não veem o coração não sente” é porque começamos a cobiçar e a ter inveja pelos olhos. E esse mal nunca cai em casa, e sim na rua, porque o invejoso sempre anda por aí desejando ter o que é dos outros e não o que possui.
Invejar é, na verdade, a tristeza sentida diante do bem do outro e, assim, sempre descobrimos quem são realmente nossos amigos nos momentos de alegria, pois os que não nos amam não suportam a nossa felicidade! Se quem está ao nosso lado não nos ama, para ele é insuportável ficar ao nosso lado nessa hora. A inveja é o desejo sem moderação de se apropriar daquilo que é do outro.
Notamos que a Palavra de Deus não é algo que não possamos praticar, ela quer banir o mal de nós já que prejudica as pessoas intencionalmente e é pecado grave. Ainda nos ajuda ao nos mostrar que podemos combater a inveja com a humildade e com a entrega da nossa sua vida nas mãos da Divina Providência.
Existem coisas dentro de nós que temos de cortar como a cobiça e a inveja. Quantas pessoas não foram cobiçosas nem invejosas e foram felizes?
Que Deus nos revele neste momento onde está o nosso coração para que possamos descobrir o que é importante para a nossa vida.
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