19 de janeiro de 2012

Histórico - PARTE II

Nas cercanias da cidade de Caicó encontra-se a diversidade característica do semi-árido, com sua flora bastante peculiar e com a sua geografia acidentada, formada por morros e serrotes que aparecem vistosos com suas rochas expostas e dispostas de maneira bastante atraente, além de ser refúgio de pequenos lagartos e roedores da fauna local. Na nossa região, tais locais sempre foram carregados de um certo misticismo, dando margem a devoções populares que se manifestam em pequenos ou grandes gestos de fé; é raro não haver um local assim nas cidades da região. Tais manifestações se traduzem principalmente na construção de cruzeiros, notória alusão ao Calvário, onde foi supliciado Jesus Cristo.
Em Caicó, bem próximo ao rio Seridó, encontra-se o Serrote da Cruz, com uma história reveladora das práticas devocionais populares. Segundo Monteiro (1944), foi erguido um cruzeiro naquele local em 1901, com a finalidade de comemorar a passagem do século, no paroquiato do Pe. Emilio Cardoso. A cruz primitiva foi antes colocada numa pequena ilha do rio Seridó em 01/01/1901, somente quando o pedestal foi concluído é que ela foi fincada no dito serrote. Em 1940, em cumprimento a uma promessa do Sr. Inácio Nóbrega, conhecido por Inácio Caritó, foi construída, “com auxílios públicos”, uma pequena capela sob a invocação de São Sebastião, o santo protetor, contra a peste, a fome e a guerra. A capelinha foi inaugurada a 29 de setembro de 1940, às nove horas da manhã.
Em 1966 a construção desabou, haja vista a sua fragilidade sob ação das intempéries. Então, os devotos e moradores das proximidades ergueram um galpão de pedra para preservar o local sagrado. O passar dos anos provocou o sentimento de preservação da memória nos moradores das proximidades do rio, devotos de São Sebastião e do Serrote da Cruz, lastimosos com o estado em que se encontrava o local. Assim, houve uma mobilização de um grupo liderado por Luíza Vale de Castro, Maria do Rosário Vale e “Magão”, que se propuseram, com recursos próprios e doações de benfeitores, revitalizar o Serrote da Cruz, reconstruindo a Capela e deixando-a em condições propícias às suas práticas devocionais. Os trabalhos foram iniciados em 01/04/1989 e foram concluídos no dia 20/01/1990, Festa de São Sebastião, celebrada com muito júbilo. Posteriormente, em cumprimento a uma promessa, o Sr. Jorge Diniz fez a doação da estátua de São Sebastião que foi colocada na lateral da Capela.
VIVA SÃO SEBASTIÃO, NOSSO PROTETOR!

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